ORIENTAÇÃO PARA A GESTÃO DE RISCOS EM SAÚDE

GERENCIAMENTO DE RISCOS EM SAÚDE

Ao identificar e abordar proativamente riscos e oportunidades, as empresas protegem e criam valor para as partes interessadas.

A gestão de riscos está voltada para a qualidade e segurança do paciente, e é responsável por identificar os riscos, promover as medidas de bloqueio para os riscos identificados, avaliar sistematicamente as barreiras implantadas, classificar os incidentes e monitorar as ocorrências.

De acordo com o Ministério da Saúde (Portaria nº 529/2013), que institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente, a gestão de riscos engloba princípios e diretrizes, tais como a criação de cultura de segurança; a execução sistemática e estruturada dos processos de gerenciamento de risco; a integração com todos os processos de cuidado e articulação com os processos organizacionais dos serviços de saúde; as melhores evidências disponíveis; a transparência, a inclusão, a responsabilização e a sensibilização e capacidade de reagir a mudanças.

As primeiras preocupações com a saúde e segurança nas organizações começaram na indústria alimentícia dos Estados Unidos, já na década de 1920. No ano de 1963, a preocupação com a gestão dos riscos nas organizações tornou-se mais evidente, com a publicação do livro “Risk Management in the Business Enterprise” (Gerenciamento de Riscos Corporativos), de Robert Mehr e Bob Hedges (2012). O livro descreve métodos e processos usados pelas organizações para gerenciar riscos e aproveitar oportunidades para alcance dos objetivos.

No Brasil, o conceito de gestão de riscos chegou na segunda metade da década de 1970, com aplicação voltada especificamente para a área de seguros, visando à prevenção de riscos em bens patrimoniais, e, com o desenvolvimento da engenharia de confiabilidade de sistemas, alguns conceitos comuns passaram a se mesclar, dando a configuração atual da gerência de riscos.

A possibilidade da ocorrência de variações na execução dos processos está presente em todas as organizações, determinando a existência do risco. Este risco será cada vez menor se as possibilidades dele ocorrer forem reconhecidas.

Desde 1999, com a publicação do relatório do Institute of Medicine, “To Err Is Human: building a safer healthcare system” (Errar é Humano: construindo sistemas de saúde mais seguros), a melhoria da segurança do paciente vem sendo foco de interesse no mundo.

Conceitualmente, risco é o efeito da incerteza nos objetivos ou a possibilidade de que um evento ocorra e afete, positivamente ou negativamente, os objetivos (ISO 31000 /ABNT, 2018). É a probabilidade de ocorrência de um evento que afeta a integridade do paciente, da equipe de saúde, da comunidade, a reputação, a estrutura, a estabilidade financeira ou o funcionamento organizacional em que o serviço está inserido (OMS, 2009). Segundo a norma ISO 31000, a gestão de riscos é definida como “atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que se refere a riscos” (ABNT, 2018).

A avaliação de probabilidade e impacto permite um controle que mantém e/ou modifica o risco. Este entendimento é fundamental para a implementação da gestão do risco nas organizações.

Algumas ferramentas da qualidade utilizadas para execução da gestão de riscos nas organizações de saúde são FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), HFMEA (Análise do Modo de Falha e Efeitos na Assistência Médica), ISO31000 (Norma ISO para Certificação de em gerenciamento de riscos), bow tie (metodologia para análise de riscos), entre outras.

POR QUE IMPLEMENTAR O GERENCIAMENTO DE RISCOS?

  • Para agregar valor para a organização
  • Para possibilitar a identificação dos riscos dos processos de maneira a melhorar e prevenir eventos
  • Para tornar a organização mais segura
  • Para possibilitar o desenvolvimento da equipe com foco no pensamento baseado em riscos
  • Para fortalecer a cultura de segurança do paciente
  • Para atender ao requisito de gerenciamento de riscos das normas certificáveis
  • Para identificar as oportunidades e as ameaças para que a gestão de riscos seja efetiva